Abrir os olhos dos cegos

Abrir os olhos dos cegos
Nestes dias da Semana Santa, a Iª leitura convida-nos a contemplar a figura do "Servo de Deus", descrita nos vários cânticos do Profeta Isaías (Is. 42; 49; 50; 52).
Uma das missões do Servo é a de "abrir os olhos aos cegos". Cabe-nos, por isso, perguntar: Jesus abriu-nos os olhos? Depois de nos termos deixado encontrar por Jesus, vemos de outra forma o mundo que nos rodeia, os outros e nós próprios.
Judas foi incapaz de perceber o gesto de Maria no evangelho (Jo 12,1-11): "Porque não se vendeu o perfume para dar aos pobres?": o seu horizonte de vida era apenas o aqui e agora. Como o habitual habitante do nosso mundo.
Aqueles que estão apenas preocupados com o aqui e agora têm muita dificuldade em pensar e viver no horizonte da vida eterna, no horizonte de Deus. Do mesmo modo que aqueles que estão preocupados com a pedra da calçada que se encontra fora do lugar nunca chegarão a apreciar a beleza da rua artisticamente decorada com os vários tons de calcário.
Ver com os olhos de Deus: este é o convite que nos é feito hoje. E como é difícil ver com os olhos de Deus! Quando vemos com os nossos olhos, parecemos o centro do mundo: tudo gira à nossa volta, à volta dos nossos interesses, das nossas preocupações.
Quando nos deixamos olhar por Deus, somos convidados a entrar na história da salvação. Não desaparecemos, mas não somos o centro do mundo. Encontramos apenas o nosso verdadeiro lugar.
Um último convite: já experimentaram contemplar um ícone e deixar que ele vos olhe?