Do Céu ou da terra?

Do céu ou da terra?
"Quem é da terra, à Terra pertence e da Terra fala. Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu" (Jo 3,31-32).
O Senhor denuncia o engano dos que são da Terra: pertencem-lhe e falam apenas dela. Estão de tal modo preocupados com a Terra que nem erguem os olhos para cima para se darem conta de que existe o Céu e de que ele faz parte da nossa vida, da nossa vida humana!
E nós, baptizados? E nós, Igreja? Somos da Terra ou do Céu? Temos sido da Terra ou do Céu?
Aquele que vem do Céu "dá testemunho do que viu e ouviu", diz o Senhor, referindo-se a si próprio. Não basta falar do Céu: seriam apenas palavras, mais ou menos cheias de poesia, mais ou menos "românticas", mas ocas, sem sentido, inventadas - discurso da Terra, afinal, mascarado com imaginação. É necessário dar testemunho do que se viu e ouviu, com toda a humildade mas também com toda a ousadia.
Jesus dizia-nos ontem que tinha descido do Céu. Ele viu e ouviu. E, por isso, o seu testemunho é verdadeiro.
Uma das realidades que ressaltou de toda esta crise (que ainda estamos a viver) foi, precisamente, a de, há muito, termos deixado de dar testemunho da esperança e do Céu. Fechámos os nossos horizontes aqui na terra e numa vida melhor aqui. Toda esta crise veio mostrar que estávamos errados. Que é necessário dar testemunho do Céu, da vida feliz e boa com Deus.