Na Missa do Galo, D. António Carrilho pediu: "sejamos mais generosos na partilha e mais atenciosos uns com os outros"

25-12-2017

Na Missa do Galo, D. António Carrilho pediu: "sejamos mais generosos na partilha e mais atenciosos uns com os outros"

Hoje, "além a pobreza material acresce a pobreza espiritual, que pesa dolorosamente sobre a sociedade", disse o prelado, que falava para uma Sé a abarrotar de fiéis.

Na homilia da Missa do Galo a que presidiu, no passado dia 24 de dezembro, na Sé do Funchal, D. António Carrilho deixou o seu desejo de Natal a todos os diocesanos: "Nesta noite Santa o meu pensamento vai especialmente para todos aqueles que enfrentam a precariedade e a pobreza. Muitos sentem-se tristes, solitários e doentes, em suas casas ou nos hospitais". Por isso, disse, "Vamos ser mais generosos na partilha e mais atenciosos uns com os outros."

"Além a pobreza material acresce a pobreza espiritual, que pesa dolorosamente sobre a sociedade", disse o prelado. Por isso, "pensamos nas famílias, nas crianças, nos jovens sem emprego, nos presos, nos idosos abandonados, em todos aqueles que vivem sem amor, vítimas do ódio, da violência ou da guerra, e lembramos os cristãos perseguidos e os refugiados". E porque o "amor de Jesus é presente que recebemos gratuitamente, havemos de o partilhar com os outros", em particular com esses que sofrem, frisou.

Na Missa de Natal, D. António Carrilho chamou ainda a atenção para o "paradoxal mistério" que é nascimento do Menino Jesus nesta noite santa. Ele que é o "Eterno e o Omnipotente, chega ao coração da humanidade como orvalho manso sobre a relva, na fragilidade de uma criança, no silêncio que acolhe adora e escuta-se a palavra, que é anúncio jubiloso e nos guia para a missão de comunicar a boa nova: anuncio-vos uma grande alegria, nasceu-vos hoje um salvador. Este é, o verdadeiro sentido do Natal: a alegria de partilhar com os outros a boa notícia.

Referindo-se à liturgia, o prelado não deixou dúvidas:"A liturgia do Natal é um convite insistente a percorrer os caminhos da paz, da ternura, da esperança e do amor solidário". É um convite, frisou, "à preparação dos nossos corações para receber Jesus, Ele que é o Messias, o Salvador e a Luz do Mundo". Ele que, lembrou, também veio ao mundo sem grandes ostentações, que nasceu num lugar pobre e solitário, "sem mimos e sem festa".

Estabelecendo novo paralelo com o que se passa nos nossos dias, o bispo do Funchal disse que "as trevas e as sombras da morte envolvem muito do nosso mundo: tristeza, violência, atentados e perseguições, sofrimentos de vária ordem afetam os de perto e os de longe".

Neste contexto, D. António Carrilho falou da necessidade que todos temos de "em cada dia redescobrir a pessoa de Jesus". Ele é "a verdadeira luz e a verdadeira paz" e "é esta luz que nos ilumina", "que atravessa o tecido social, que nos diz quem somos".

No final da sua homilia, nesta Missa do Galo, D. António Carrilho lembrou ainda que "Natal é amor", é "a festa da família". Por isso, disse, "é tempo de nos acolhermos uns aos outros também, no perdão, como na alegria e no sofrimento", "no amor solidário e fraterno".

O prelado terminou a Eucaristia, que foi concelebrada por vários outros sacerdotes e contou também com a presença do bispo emérito D. Teodoro de Faria, deixando a todos os presentes e também aos que o escutaram através do PEF e da internet, "os votos de um Santo e Feliz Natal: a festa de fé, de alegria, amor e serviço fraterno".