Foi em Antioquia

O Espírito Santo, que tinha derrubado portas e medos em Jerusalém e preconceitos humanos em Cesareia, deu igualmente origem a uma nova realidade: Antioquia, cidade florescente do Império romano, tinha acolhido vários discípulos depois da perseguição originada com a morte de Estêvão. Mas como não há cristãos sem comunidade, eis que o Espírito deu origem a uma comunidade florescente.
"A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém, e mandaram Barnabé a Antioquia". Barnabé aparece nos Actos dos Apóstolos como um homem bom, generoso, pacífico (4,36-37). Mas também com discernimento: apesar do medo que Saulo causava nos discípulos em Jerusalém, reconheceu as maravilhas que Deus realizava no antigo perseguidor, e apresentou-o aos Doze (Act 9,26).
Barnabé foi, precisamente, o escolhido para ir verificar esta realidade nova surgida em Antioquia: uma comunidade organizada de discípulos, fora de Jerusalém, numa terra estranha, num dos pulmões do Império. Percebendo a acção do Espírito, Barnabé recordou-se de Saulo: foi a Tarso (relativamente próximo) e trouxe-o para viver a fé nesta realidade nova.
"Foi em Antioquia que, pela primeira vez, se deu aos discípulos o nome de cristãos" - seguidores, discípulos de "Cristo". Tudo indica que, inicialmente, fosse uma "alcunha", um nome de escárnio ("sofreis injúrias por causa do nome de Cristo", diz S. Pedro: 1Ped 4,14). Mas aos discípulos soou bem: eram, de facto, discípulos de Cristo, o crucificado.