Uma história de salvação

07-05-2020


No anúncio do Evangelho aos judeus de Antioquia da Pisídia (uma das várias "Antioquias" do mundo antigo, situada esta na Turquia actual), S. Paulo revê em grandes linhas aquilo a que chamamos a "história da salvação" (Act 13,13-25). Essa noção de "história" aparece-nos no Novo Testamento através da palavra "desígnio": Deus escolheu um povo, libertou-o do Egipto, deu-lhe uma terra e escolheu David para rei; em Jesus, Deus cumpriu plenamente a promessa que tinha feito a David.
Falamos de "história" quando percebemos que o momento que estamos a viver se encontra ligado a acontecimentos passados, e que, por sua vez, dará origem a um outro conjunto de acontecimentos futuros que seriam diferentes se não fosse o modo como vivemos o hoje. São estes acontecimentos que podemos e devemos narrar, contar descobrindo o seu sentido, e que nos ajudam a viver o nosso presente com um novo significado.
Falamos de "história da salvação" quando nos apercebemos de que, no hoje que vivemos, Deus está presente, oferece e constrói a salvação tal como o fez no passado no meio da história dos homens, realizando a sua vontade, o seu desígnio (ou, para usar usar uma outra palavra do Novo Testamento: o seu "mistério" de salvação). Esta história da salvação tem um centro que define um antes e um depois: Jesus de Nazaré.
Também nós fazemos parte deste desígnio. O hoje da salvação une-nos a Abraão, a Moisés, a David, aos Profetas, mas também à Virgem Maria, aos Apóstolos, aos Mártires, aos Santos. É a vontade que Deus tem de nos salvar e de, connosco, por Jesus, salvar o mundo inteiro!