Uma história de salvação

No anúncio do Evangelho aos judeus de Antioquia da Pisídia (uma das várias "Antioquias" do mundo antigo, situada esta na Turquia actual), S. Paulo revê em grandes linhas aquilo a que chamamos a "história da salvação" (Act 13,13-25). Essa noção de "história" aparece-nos no Novo Testamento através da palavra "desígnio": Deus escolheu um povo, libertou-o do Egipto, deu-lhe uma terra e escolheu David para rei; em Jesus, Deus cumpriu plenamente a promessa que tinha feito a David.
Falamos de "história" quando percebemos que o momento que estamos a viver se encontra ligado a acontecimentos passados, e que, por sua vez, dará origem a um outro conjunto de acontecimentos futuros que seriam diferentes se não fosse o modo como vivemos o hoje. São estes acontecimentos que podemos e devemos narrar, contar descobrindo o seu sentido, e que nos ajudam a viver o nosso presente com um novo significado.
Falamos de "história da salvação" quando nos apercebemos de que, no hoje que vivemos, Deus está presente, oferece e constrói a salvação tal como o fez no passado no meio da história dos homens, realizando a sua vontade, o seu desígnio (ou, para usar usar uma outra palavra do Novo Testamento: o seu "mistério" de salvação). Esta história da salvação tem um centro que define um antes e um depois: Jesus de Nazaré.
Também nós fazemos parte deste desígnio. O hoje da salvação une-nos a Abraão, a Moisés, a David, aos Profetas, mas também à Virgem Maria, aos Apóstolos, aos Mártires, aos Santos. É a vontade que Deus tem de nos salvar e de, connosco, por Jesus, salvar o mundo inteiro!