Quem nos poderá salvar?

20-03-2020

Quem nos poderá salvar?

Não tenho dúvidas de que, daqui por uns tempos (já não sei prever quanto tempo), esta crise terá passado, não sem antes deixar profundas cicatrizes em todo o mundo. E não serão apenas cicatrizes económicas. Serão cicatrizes também no modo de viver e de ser. "Este é um vírus pós-moderno", escrevia alguém.

Mas, mesmo depois de passada esta crise; mesmo depois de descoberta uma vacina ou um qualquer antídoto para o vírus, a questão de sempre há-de manter-se: "quem nos salvará?". Essa é a pergunta de sempre (a pergunta da vida), como já percebemos na Iª leitura de hoje: "Não é a Assíria que nos pode salvar; não montaremos mais a cavalo, nem chamaremos 'Nosso Deus' à obra das nossas mãos, porque só em Vós o órfão encontra misericórdia" (Os, 14,4). Já não se trata, apenas, de prestar culto ao ídolo ou ao deus pagão; trata-se da questão acerca de em quem colocamos a nossa confiança: nas alianças humanas (o mesmo é dizer: naquilo que todos pensam e querem)? nos seus cavalos e capacidade bélica (o mesmo é dizer: na tecnologia e no engenho humanos)?

Diante destas questões, ressoa a voz do Senhor: "O primeiro [mandamento] é este: Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças" (Mc 12,29).

Esta Quaresma é uma boa oportunidade para colocarmos Deus no centro da nossa vida!