O que nos Salva?

O que nos salva?
Se algum de nós estivesse no lugar de Deus,
convenhamos que há muito já nos teríamos farto desta humanidade. Há
muito teríamos perdido a paciência; há muito a teríamos deixado à sua
sorte, aos tantos vírus que aparecem na natureza (como este que estamos
agora a sofrer) e aos tantos vírus que a própria humanidade criou e cria
para si (inconstância, inimizade, egoísmo...), muito mais mortíferos e
contagiantes que os vírus "naturais".
Surpreende-me que Deus não tenha
desistido de mim e de todos nós. Surpreende-me que continue a apostar
nesta humanidade. Não sem tantas vezes "desabafar": "deixa que a minha
indignação se inflame contra eles e os destrua", diz o Senhor a Moisés
(Ex 32,10). Ou o próprio Jesus: "Vim em nome de meu Pai e não me
recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis" (Jo
5,43) - e nós sabemos que isso é completamente verdade!
E não só.
Neste mundo agora paralisado diante de um vírus natural, habituámo-nos a
desconfiar de Deus, a não acreditar nele: desconfiamos que Ele queira o
nosso bem; obrigamo-lo a mostrar, uma e outra vez, que nos quer salvar e
que não quer a nossa perdição. "Como podeis acreditar, vós que recebeis
glória uns dos outros e não procurais a glória que vem do Deus único?"
(Jo 5,44).
Felizmente, o próprio Deus identificou-se de tal forma
connosco, seres humanos (fez-se Homem, como nós), que quando o Pai olha
para nós, para cada um de nós, vê Jesus, o seu Filho. É isso que nos
salva!