Catarina

A Igreja (e, em particular, a Igreja na Europa) celebra hoje Santa Catarina de Sena (de Siena), uma mulher cuja vida cristã se eleva bem acima do comum. Catarina nasceu em 25 de Março de 1347, numa época difícil para a Igreja e para toda a Europa. O Papa residia em Avinhão, sequestrado pelo rei francês.
Catarina empreendeu o que pareciam serem tarefas impossíveis: fazer que o Papa regressasse a Roma; lutar pela paz entre as diversas cidades-estado italianas; renovar a Igreja. Não como tarefas suas mas como missões confiadas pelo seu esposo místico, Jesus Cristo.
Não conseguiu completá-las todas (mas o Papa Gregório XI regressou a Roma e o seu sucessor, Urbano VI, tomou-a como sua embaixadora). No entanto, a figura de mística, de construtora da paz e de renovadora da Igreja (que nada teve a ver com um ceder à vida do mundo) marcou e permanece hoje na memória dos cristãos. Paulo VI proclamou-a Doutora da Igreja e João Paulo II proclamou-a Padroeira da Europa, apontando-a como exemplo para a reconstrução da vida europeia.
Não espanta que o evangelho de hoje (Mt 11,25-30) nos chame a atenção para a realidade que marca e define a vida cristã, como aconteceu de um modo especial com Santa Catarina: "Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Vivemos no seio da própria Trindade Santíssima, porque, pelo Baptismo, somos filhos no Filho. Vivemos no seio da vida e do amor de Deus. É aí (só aí) que encontramos descanso. É aí (só aí) que nos encontramos verdadeiramente a nós mesmos.