Bispo do Funchal parte para as terras do Beato Carlos D'Áustria com grupo de peregrinos

14-09-2023

Por terras do Santo Imperador


Carlos de Áustria, o "Santo Imperador", como gostavam de lhe chamar os madeirenses de 1922, é um dom para a Igreja e para o mundo. Ele mostra que é possível um governante ser cristão de uma forma exemplar, procurando conduzir o seu povo para atitudes e modos de vida inspirados no Evangelho. E mostra também quanto um homem com esses princípios no coração tem de sofrer pela fé.

Mas Carlos de Áustria é, igualmente, um dom de Deus para a Madeira. Carlos nunca escolheu a nossa Ilha para viver e, muito menos, para morrer. Chegou ao Funchal exilado, despojado de tudo quanto tinha, com excepção do amor da sua família e da fé que sempre o animou. No entanto, desde que colocou os pés em terra madeirense, cativou os nossos antepassados e foi cativado por eles. Foi assim que ganhou o título de "Santo Imperador".

Durante os poucos meses que aqui viveu, não hesitou em estar presente junto do povo madeirense e em partilhar com ele a sua vida.

Como sabemos, Carlos faleceu em 1 de Abril de 1922, no meio da pobreza e do abandono, mas confiado em Deus e no amor de sua esposa.

A peregrinação que um grupo da nossa Diocese agora se apresta a realizar é um modo de conhecer melhor o ambiente, os lugares, as raízes deste santo que quis que o seu corpo permanecesse entre nós, na igreja de Nossa Senhora do Monte.

Sabemos como tantos estrangeiros — húngaros, austríacos, alemães e crentes de tantas nacionalidades — vêm até nós para pedir ou para agradecer alguma graça por intercessão do Santo Imperador. Agora é a nossa vez de, em grupo diocesano, retribuirmos todas essas presenças.

+ Nuno, Bispo do Funchal