Absurdos?

02-04-2020

Absurdos?
De uma forma ou de outra, é a morte que nos faz ter medo: é aquele fim, aquele nada, a possibilidade de tudo desaparecer que contradiz o centro mais vital do nosso ser. E isso gera em nós o medo, como diz a Carta aos Hebreus (2,15). Por isso, Jesus diz-nos: "Se alguém guardar a minha palavra nunca verá a morte" (Jo 8,51).
Ao escutarem estas palavras, logo surgiram aqueles que viram nelas um absurdo: "Abraão morreu, os Profetas também, e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra não verá a morte?". Podemos dizer que aqueles judeus tiveram a mesma reação que tantos ao longo da história e no nosso tempo: "vida eterna, um absurdo!"
Mas puderam ainda escutar de Jesus um afirmação mais absurda: "Antes de Abraão existir, EU SOU". Jesus dá-se a si mesmo o nome de Deus (Ex 3,14). Diz que é Deus. Claro que, diante desta afirmação, a única possibilidade era a acusação de blasfémia: "agarraram em pedras para apedrejarem Jesus".
Frente a Jesus não há a possibilidade de "meias tintas" do estilo: "um homem bom, incompreendido"; "um homem que disse coisas bonitas e boas, mas difíceis de cumprir"; "um homem que crucificaram por fazer o bem e defender a verdade"... Ou Jesus é Deus no meio de nós, ou é o maior charlatão que a história viu surgir; ou podemos assentar a nossa vida sobre Ele, sobre a sua ressurreição, ou somos os mais dignos de compaixão de entre os homens. "Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram" (1Cor 15,19-20).