À volta de um sepulcro vazio

13-04-2020

À volta de um sepulcro vazio

Que o sepulcro de Jesus estivesse vazio naquela primeira manhã de Páscoa, não há dúvidas. Nunca ninguém se atreveu a dizer que, ao chegarem, as mulheres viram a pedra afastada mas que o corpo de Jesus estivesse lá. Quando muito, por aquilo que hoje nos relata S. Mateus (Mt 28,11-15), disseram que os discípulos tinham roubado o corpo e inventado uma história... Se assim não fosse (se o sepulcro estivesse com o corpo morto de Jesus), não haveria qualquer razão para a referência a esse "boato": S. Mateus, defensor da afirmação da ressurreição de Jesus não iria inventar uma história que "não lhe era conveniente"!

O sepulcro de Jesus estava, portanto, vazio. Trata-se de um acontecimento histórico, irrefutável. Mas acontecimento estranho, inexplicável, a necessitar de uma justificação porque, de facto, coincide com um conjunto de outros acontecimentos. Em particular, coincide com uma outra realidade inexplicável: os discípulos que, cheios de medo, fugiram diante da cruz do Mestre (e sobre quem pairava a possibilidade de, também eles, serem crucificados), de repente aparecem diante de todos a afirmar a ressurreição. Sem medo de represálias dos romanos ou dos judeus, enfrentando tudo e todos.

Os que não acreditam na ressurreição dizem que não percebem; que alguma coisa aconteceu mas que não são capazes de explicar sensatamente. Os que acreditam que Deus pode intervir na história e mudar-lhe o rumo, esses colocam a possibilidade da ressurreição. Mas, como os discípulos, apenas serão capazes de dar o passo da fé se se deixarem encontrar pelo Ressuscitado!